Não basta caminhar conforme a maré. Se formos muito honestos e analisarmos silenciosamente que viver e satisfazer as vontades e as expectativas sociais e pessoais, perceberemos que esse tipo de busca, não satisfaz o ser interiormente.
Não há nada de errado com o ego. Ele cumpre bem o papel proposto. Pense!
A tal da condição egóica, é meramente a ilusão que criamos de nós mesmos. É a identificação com esse personagem (o eu, a persona) que assumimos aqui nessa atual experiência de vida. Satisfazer cegamente à essa condição (vide a humanidade), onde nos identificamos com os processos mentais, com os padrões sociais, as pretensões pessoais, sem nos dedicarmos ao auto-conhecimento e a percepção do nosso verdadeiro EU, sentiremos na boca, o amargo gosto da insatisfação e frustração que nos move em direção da busca de mais prazer.
Looping! Esses prazeres tao fugazes, tão superficiais, vem e vão numa dança passado-futuro, nos tirando completamente da presença do presente. Nos distanciamos então, da percepção da realidade daquilo que somos.
Conforme o processo se aprofunda, ocorre a exteriorização do nosso estado interior, seja através de doenças, vícios, compulsões, seja através das loucuras, depressões ou quaisquer mazelas que indicam a nossa real condição. Condição essa, que não vai embora, mesmo após um agitado fim de semana, mesmo após o recebimento do diploma, do reconhecimento social, de uma noitada prazerosa de sexo e orgasmos, de um carro, casa, apartamento, viagens, família, corpo escultural, conhecimentos mil… Esse estado é permanente e está sempre lá, camuflado, muqueado, escondido atrás da moita dos likes do facebook, dos tapinhas nas costas, dos olhares furtivos, da admiração alheia e de tudo aquilo que lhe causa torpor.
Ignoramos tudo isso, porque afinal, estamos ocupados demais na tentativa de nos encaixarmos em algum lugar na sociedade e assim lograr êxito na vida padronizada por seres que não conhecem nem a si mesmos.
Mas que vida? O que é a vida? Ou melhor, quem é você na vida?
Quem realmente você é?
Só há um meio de compreender a grandeza disso tudo: ‘Auto-Conhecimento!’
por Clarice Nunes